segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Perfis Gerenciais (1) - Darth Vader


A série "Perfis Gerenciais" busca identificar entre ícones da cultura contemporânea perfis similares aos que encontramos nos aquários de tubarão que são as salas de gerentes. Para estrear nossa série, ninguém menos que o terror do Primeiro Império Galactico, o lord Sith que arrepia multidões: Darth Vader!

Dizem na empresa que um dia ele já foi do bem: jovem talentoso, guindado muito cedo a posições de comando, deixou que o lado negro da força tomasse conta de seu ego. Veja quais são as principais características deste chefe:

Personalismo: o chefe Vader não se apoia em arcabouços institucionais, mas em sua própria imagem e poder. A mensagem é clara, “eu sou o poder”. Não há comitês, nem tampouco debates. As ordens vêm de cima para baixo, assim como as avaliações. Você tem um feedback a dar para um chefe Darth Vader? Melhor guardar para si porque ele não quer saber...

Gestão de Riscos: sabe como ninguém avaliar um risco, parece ter um sexto sentido para as situações. Antecipa-se aos problemas com facilidade e envida todos os esforços, sem escrúpulos com a ética, para que estes sejam mitigados. A frota rebelde está se aproximando? tranquilo... mas Luke Skywalker está entre eles? então as antenas conectadas com o lado negro da força fazem arrepiar todos os pêlos da nuca de Vader: alerta!!

Autoridade: acostumado à voz de comando, emite ordens com um tom de voz que chega a assustar. O subordinado de Vader sabe o que tem que cumprir, e que é melhor fazê-lo, se quiser sobreviver (no projeto, claro). Enfim, um chefe desses é um cara cuja simples presença respirando a seu lado causa arrepios.

Motivação: Intolerante com o mínimo desvio em relação aos seus objetivos, seus métodos de motivação são clássicos: ou você atinge o sucesso ou será levantado do chão pela garganta somente com o olhar do chefe, até o estrangulamento final diante de toda a equipe, se você sobreviver, estará tão desmoralizado perante os colegas que demorará meses para levantar os olhos do chão.

Ceticismo: não confia em seus inimigos, e muito menos em seus colaboradores. Acompanha de perto a execução de suas ordens para certificar-se de que tudo está caminhando de acordo. Dados seus grandes talentos, enxerga os subordinados como vermes incapazes de atingir seus objetivos sem “aquela” pressão.

Otimismo: não importa se a tarefa seja encontrar meia dúzia de rebeldes na vastidão da galáxia. Ele persiste em suas estratégias, ainda que as chances sejam de 1 contra um milhão. Espalha seus droides espiões aleatoriamente por sistemas pouco habitados e contra todas as expectativas atinge o resultado de encontrá-los.

Persistência: Explodiram seu mega-empreendimento? Ele constrói o segundo. Os rebeldes fugiram? Manda o Império atrás deles. Não tem tempo ruim para esse líder. Em contrapartida essa teimosia estratégica o impede de enxergar outras alternativas de poder que não sejam causar terror e perseguir.

Bipolaridade: até o fim da vida foi um vira-casaca. Era Jedi, mas traiu seus mestres iludido pelo então Senador Palpatine, depois Imperador que ele próprio traiu no final por motivos familiares, alheios à questão corporativa. Confie se puder.

Avaliação de desempenho do chefe Darth Vader: 

Pró – Excelente como “capataz”, é o perfil ideal para grandes projetos como estrelas-da-morte ou coisas similares em complexidade e tamanho.

Contra – O único grande problema é que um chefe assim tem grande dificuldade em conseguir um segundo-em-comando experiente, uma vez que reduz a pó seus sub-chefes que comentem qualquer deslize, dificultando o aprendizado pelo erro. Pior, faz com que os subordinados joguem contra o sub-chefe pois seu estrangulamento é a única forma de promoção para os que vem abaixo dele. Ou seja, é um péssimo líder para construir equipes com senso de colaboração.

Não é de se estranhar que com um alto comando desses o Império Galáctico tenha ruído, apesar de sua devastadora superioridade material.

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